O que é
É uma afecção caracterizada pela inversão da pálpebra inferior (pálpebras de baixo viram para dentro), levando os cílios e a pele da pálpebra rasparem o olho. Com isto, os pacientes tornam-se sintomáticos, ocasionando irritação, vermelhidão ocular, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, alteração na visão, além do desconforto constante. O entrópio em casos não tratados poderá acarretar infecções oculares graves, úlceras de córnea, prejuízo na acuidade visual e até perfuração ocular.
Causas
A maioria dos casos de entrópio é resultado das consequências normais do envelhecimento, com o avanço da idade a frouxidão palpebral pode permitir a sua inversão. Outros casos que podem levar ao entrópio incluem inflamações palpebrais, traumas, cirurgias oftalmológicas, queimaduras e doenças cicatriciais como o tracoma.
Cirurgia
O diagnóstico preciso aliado à técnica cirúrgica pertinente a cada caso proporciona excelentes resultados tanto do ponto de vista funcional e estético, conferindo ao paciente lubrificação corneana adequada e conforto. Nos pacientes com entrópio involucional (senil) é realizado um “encurtamento” da pálpebra inferior através de um corte cirúrgico realizado no canto lateral com pontos de fixação e remoção de parte do músculo orbicular com objetivo de restabelecer a pálpebra para sua posição correta. Em outros casos será necessária abertura do ponto lacrimal, remoção de bolsas de gordura e outras tipos suturas (“costuras”).
Cuidados no Pré-operatório
Ressaltamos e asseguramos que o conforto do paciente é nossa busca constante. Por isso usaremos todos os recursos para que nossos pacientes sejam bem tratados durante todo procedimento, que não sintam dor e dessa forma sintam-se em segurança. Para auxiliar nesta preparação propomos algumas recomendações pré-operatórias:
1- Os exames pré-operatórios quase sempre são realizados antes de uma cirurgia eletiva, porém, variam de acordo com a cirurgia e de acordo com quadro clínico de cada paciente. É imprescindível trazer os exames no dia da cirurgia, pois a segurança do médico e do paciente é uma das prioridades em nossas cirurgias.
2- Informe seu médico sobre qualquer doença pré-existente, alergias e qualquer uso regular de medicações ou outras substâncias. Os medicamentos de uso contínuo devem ser tomados normalmente, principalmente os para pressão arterial e o do coração. As exceções são os hipoglicemiantes (remédio para diabetes) e insulina que não devem ser administrados.
3- Medicações anticoagulantes (AAS, Aspirina, Bufferin, Ticlid, Ginko Biloba, etc) deverão ser suspensas dez dias antes e uma semana após a cirurgia sob consentimento do seu médico clínico e/ou cardiologista.
4- Evite ainda o uso de qualquer medicação anti-inflamatória (diclofenano, nimesulida, cetoprofeno, dentre outros) por uma semana antes da cirurgia.
5- Evitar o fumo, ao menos, dois dias antes da cirurgia. O cigarro interfere na boa oxigenação dos tecidos e atrapalha a cicatrização.
6- Evitar exposição solar prolongada por pelo menos duas semanas antes da cirurgia.
7- Retirar lentes de contato, jóias, anéis, alianças, brincos, pulseiras, correntes, maquilagem, batom e o esmalte das unhas. Lavar bem a região dos olhos e sobrancelhas no dia da cirurgia.
8- Use roupas folgadas e confortáveis, que sejam fáceis de retirar e evite as que necessitam ser removidas pela cabeça. Evite roupas íntimas de lycra e que contenham algum metal. Não use sapatos com salto.
9- É aconselhável trazer óculos escuros.
10- Manter-se em total jejum conforme orientado pelo médico.
11- Comunique seu médico em casos de gripes, resfriados ou outras indisposições que possam ocorrer até a véspera da cirurgia, pois sua cirurgia poderá ser adiada.
12- Importante trazer um acompanhante, pois o paciente terá alta imediata, e nunca deverá voltar dirigindo.
13- Chegue com calma e antecedência de 20 minutos do seu procedimento para que exista tempo adequado a sua admissão no hospital e cuidados da enfermagem. O horário de sua cirurgia é apenas previsto. O início depende das condições da sala e do material cirúrgico.
Cuidados no Pós-operatório
1- Geralmente não há dor no pós-operatório. Mesmo que ocorra uma sensibilidade maior ou pequenos surtos de dor, estes poderão ser minimizados com uso de analgésicos comuns.
2- Após chegar em casa, fazer compressas frias (gaze mergulhada em soro fisiológico 0,9% gelado) sobre as pálpebras a cada 30 minutos por 72 horas após a cirurgia (não há necessidade de fazer durante o sono) com objetivo de diminuir o edema (inchaço) e proporcionar conforto.
3- Caso ocorra leve sangramento pode ser colocado compressas com gelo sobre as pálpebras. Mesmo assim se persistir o sangramento entre em contato com seu médico.
4- O inchaço das pálpebras varia de paciente para paciente. Os três primeiros dias do pós-operatório são aqueles em que existe o maior edema.
3- Durante as primeiras 48 horas o paciente deverá ficar em repouso (sentado ou deitado com a cabeceira da cama inclinada a 30o). Leitura e assistir televisão são permitidos, podendo alimentar-se normalmente.
4- Após esse período é permitido somente caminhar. Deve-se evitar levantar peso, realizar esforço físico, abaixar a cabeça, coçar o local operado, entrar em contato com poeira, calor e vapores durante o período de sete dias.
5- Dormir sem que o local operado entre em contato com o travesseiro.
6- Ao tomar banho, não permitir que a água do cabelo e shampoo caiam sobre o local operados por uma semana.
7- Aplicar um filete da pomada oftalmológica prescrita duas vezes por dia sobre o local operado.
8- A limpeza das pálpebras deverá ser realizada com soro fisiológico 0,9% (manter o frasco na geladeira).
9- Os pontos serão removidos sete dias após a cirurgia.
10- Geralmente, de sete a dez dias são suficientes para o retorno dos pacientes ao trabalho.
11- As atividades físicas geralmente estão liberadas após 1 mês da cirurgia.
12- Proteger totalmente as pálpebras da luz solar com óculos e/ou chapéu durante o primeiro mês. Após esse período deverá evitar a exposição ao sol até o sexto mês de pós-operatório, sendo obrigatório o uso de protetor solar nas pálpebras para que se obtenha um bom resultado estético.
13- O resultado definitivo da correção do entrópio será alcançado após três a seis meses. Entretanto, 25% do resultado final pode ser percebido após o oitavo dia de pós-operatório e nas próximas três semanas subsequentes esse percentual tende a melhorar acentuadamente.
Riscos
Sangramento é uma possível complicação após a cirurgia de entrópio. Inchaço palpebral e hematomas podem aparecer em função do trauma cirúrgico, mas tratam-se de sintomas reversíveis e temporários. Cicatrizes hipertróficas e infecções, apesar de serem raras, podem ocorrer no pós-operatório. Recidiva do entrópio é uma complicação que há possibilidade de um retoque em uma nova cirurgia.
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