A refração é um fenômeno que ocorre quando o feixe de luz, vindo do ambiente externo, atravessa o globo ocular para formar a imagem na retina. A incidência da luz na retina permite a formação de uma imagem nítida. Quando os feixes de luz sofrem algum desvio provocado pelo formato do olho e não são focados na retina, têm origem os chamados erros de refração, caracterizados pela falta de nitidez da visão.
O olho é composto por diversas estruturas anatômicas que podem influenciar a tragetória da luz. Elas são: córnea, humor aquoso, cristalino, humor vítreo. Quando tudo está funcionando corretamente, a luz se propaga por estas quatro estruturas e chega na retina com o foco perfeito.
Os erros refrativos não corrigidos constituem a causa mais comum de baixa visão. Nos casos mais acentuados, a baixa visão corresponde ao sintoma mais importante. Os dois sintomas mais comuns relacionadas à presença de erro refrativo não corrigidos ou inadequadamente corrigidos são a baixa de visão e astenopia.
A baixa de visão é percebida pelos pacientes como se a imagem do objeto em questão estivesse fora do foco. A intensidade do borramento visual depende da magnitude e do tipo de erro refrativo, mas também é influenciado pela idade das pessoas e pelo nível de iluminação do ambiente.
A astenopia é o termo que se aplica a ampla variedade de diferentes sintomas como: cefaléia, dor ao redor ou acima dos olhos, fotofobia, cansaço e desconforto ocular.
A miopia é o erro de refração em que a imagem é formada antes da retina (em vez de diretamente nela), resultando na dificuldade de ver objetos distantes. Uma pessoa míope vê objetos próximos com nitidez, enquanto os distantes parecem borrados. Para conseguir focalizar objetos distantes, o míope costuma apertar os olhos – característica que é a base da palavra que vem do grego myo (fechar) + óps (olho), que dá nome à doença.
A formação da imagem antes da retina ocorre quando o globo ocular é muito comprido, ou a córnea muito curva, fazendo com que os raios de luz focalizem antes da retina. Geralmente a miopia manifesta-se durante a fase de crescimento (infância e adolescência) e progride até os 20 e 25 anos de idade. Nesse período, são necessárias frequentes trocas de óculos ou lentes de contato (meios de corrigir a visão). A taxa de progressão aproxima-se de zero quando termina a fase de crescimento. O surgimento de miopia em adultos que não apresentavam o erro de refração na infância ou adolescência pode estar associado à diabetes descompensada ou catarata.
A miopia afeta igualmente homens e mulheres, e aqueles com histórico familiar de miopia são mais propensos a desenvolvê-la. Os sintomas mais comuns da miopia são:
O oftalmologista é o profissional que pode diagnosticar a miopia através de um exame oftalmológico de rotina e recomendar o tratamento correto através do uso de óculos (lentes divergentes) ou lentes de contato que alteram o ponto de foco na retina. Há vários procedimentos cirúrgicos (cirurgia refrativa, que descrevemos em um tópico específico) que alteram o formato da córnea, mudando o ponto de foco para a retina. Esses procedimentos cirúrgicos, no entanto, não são recomendados até que o processo de crescimento – e consequente evolução da miopia – chegue ao fim.
O termo hipermetropia vem do grego hyper (aumentada) + metron (medida) + óps (olho). Hipermetropia é um problema visual caracterizado pela dificuldade de ver objetos próximos. Ela é o oposto da miopia, ocorre quando o globo ocular é menor ou a córnea é menos curva, fazendo com que os raios luminosos que vão em direção aos olhos se encontrem num foco atrás da retina e não em cima como deveria ser para um olho normal.
A hipermetropia é hereditária, mas há estudos que tentam associar o problema a fatores ambientais. É uma condição comum, que afeta boa parte das crianças. A hipermetropia tende a diminuir ao longo dos anos de crescimento, em quantidade proporcional ao crescimento natural dos olhos.
É possível que o hipermétrope consiga ver de perto ou de longe ao forçar os olhos em razão do poder de acomodação do cristalino, mudando o formato e aumentando a potência dessa lente intraocular em função das distâncias, levando a imagem para o plano focal da retina. Porém, esse esforço resulta em sintomas comuns da hipermetropia, tais como:
O médico habilitado a diagnosticar o problema de visão como a hipermetropia é o oftalmologista que orientará as melhores opções para sua correção através de óculos (lentes convergentes), lentes de contato ou cirurgia refrativa.
O termo astigmatismo vem de “a” que significa “falta de” e “stigma” que significa “um ponto”. O astigmatismo é uma deficiência visual caracterizada pela visão fora de foco. Ela é provocada principalmente pela curvatura anormal da córnea. A córnea ideal tem uma superfície simetricamente curva, como uma bola de basquete. Nos casos de astigmatismo, a curvatura da córnea é mais ovalada. No entanto, também pode estar relacionado a uma curva mais acentuada para uma direção do que para outra do cristalino. Estes desajustes fazem com que a luz se refrate por vários pontos da retina em vez de se focar em apenas um.
Para quem sofre de astigmatismo, todos os objetos ficam desfocados, não importa a distância em que estejam. A causa do astigmatismo é desconhecida. Ele é hereditário e geralmente ocorre em conjunto com a miopia ou com a hipermetropia, podendo aumentar ao longo do tempo devido à idade. Além disso, o ato de coçar os olhos, prática muito comum em clima seco e alta concentração de poeira no ar, pode causar o surgimento do astigmatismo.
O principal sintoma do astigmatismo é a dificuldade de ver pequenos detalhes, seja de perto ou de longe. Os principais sintomas do astigmatismo são:
O astigmatismo pode ser facilmente diagnosticado em um exame oftalmológico padrão com teste de refração pelo oftalmologista. Óculos (lentes cilíndricas), lentes de contato e cirurgia refrativa são meios usados para corrigir o astigmatismo.
O termo presbiopia deriva da combinação de presbi (idoso) mais opia (visão), é a dificuldade de distinguir com nitidez objetos próximos, e está relacionado à idade. Manifesta-se quando a capacidade de focalização do olho torna-se insuficiente para suprir a demanda visual para perto, e isso tende a ocorrer aos 40 anos de idade.
A presbiopia ocorre em um processo natural de envelhecimento do corpo. O cristalino é uma estrutura semelhante a uma lente, que muda sua forma para melhorar a focalização das imagens, principalmente ao enxergar algo próximo. Para isso, ele é movido pelos músculos ciliares que encontram-se ao seu redor e são determinantes na capacidade acomodativa do cristalino. Porém, com o tempo, esses músculos passam a não funcionar tão bem e o cristalino não se adaptada mais da melhor forma à focalização da imagem. Como resultado, a visão de perto acaba sendo prejudicada. Entre os sintomas da presbiobia, encontramos:
Hipermétropes utilizam parte da acomodação para compensar o erro de refração. Quanto maior a hipermetropia, maior será a sobrecarga acomodativa e, consequentemente, maior a possibilidade da presbiopia se instalar em torno dos 40 anos de idade. Os míopes exercem menos esforço acomodativo que hipermétropes e emétropes (olho de visão normal) e, por isso, tendem a apresentar os sintomas da presbiopia em idades mais avançadas, ao redor dos 45 anos dependendo do grau da miopia.
A presbiopia não tem cura, mas pode ser corrigida e estabilizada com tratamento adequado. Para tanto, são indicados métodos que compensem a dificuldade em focalizar de perto através do uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia.
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