O que é
O termo triquíase denota alterações na qual os cílios perdem o direcionamento normal (afastando-se do olho) e tendem a tocar a superfície ocular. O cílio triquiático tem cor e espessura semelhantes aos normais. É uma condição adquirida bastante comum e o número de cílios triquiáticos podem variar em número. A queixa mais comum é a sensação persistente de um corpo estranho, mas algumas vezes os pacientes podem relatar sintomas de lacrimejamento, fotofobia (sensibilidade à luz) ou até mesmo não apresentar sintomas.
A distiquíase é uma condição rara que designa uma ou mais fileiras adicionais de cílios, anormalmente posicionada junto aos orifícios das glândulas de meibomius (glândulas sebáceas posicionadas na margem da pálpebra e posteriormente a fileira normal de cílios). Ela é freqüentemente confundida com triquíase.
Causas
A triquíase e a distiquíase adquirida são, basicamente, condições de natureza cicatricial e podem resultar de:
Tratamento
Existem muitas opções para tratamento da triquíase e da distiquíase. Algumas medidas paliativas aliviam os sintomas na fase aguda do processo inflamatório como lubrificantes oculares, lentes de contato terapêuticas e epilação mecânica. Entretanto, estes são recursos ineficazes a longo prazo. Por exemplo, na epilação mecânica os cílios voltam a crescer em 2 a 3 semanas e não é comum que a irritação seja mais grave, quando os mesmos recorrem, pois os novos cílios são mais curtos e rígidos. As estratégias para o tratamento baseiam-se em uma exame detalhado pelo oftalmologista especialista em plástica ocular, pois o planejamento cirúrgico deve ser feito para corrigir todas as alterações em um só tempo cirúrgico. Atualmente, os tratamentos são: eletrólise (“cauterização do cílio”), epilação a laser, crioterapia (tratamento com congelamento) e técnicas cirúrgicas para correção da triquíase ou distiquíase.
Cuidados no Pré-operatório
Ressaltamos e asseguramos que o conforto do paciente é nossa busca constante. Por isso usaremos todos os recursos para que nossos pacientes sejam bem tratados durante todo procedimento, que não sintam dor e dessa forma sintam-se em segurança. Para auxiliar nesta preparação propomos algumas recomendações pré-operatórias:
1- Os exames pré-operatórios quase sempre são realizados antes de uma cirurgia eletiva, porém, variam de acordo com a cirurgia e de acordo com quadro clínico de cada paciente. É imprescindível trazer os exames no dia da cirurgia, pois a segurança do médico e do paciente é uma das prioridades em nossas cirurgias.
2- Informe seu médico sobre qualquer doença pré-existente, alergias e qualquer uso regular de medicações ou outras substâncias. Os medicamentos de uso contínuo devem ser tomados normalmente, principalmente os para pressão arterial e o do coração. As exceções são os hipoglicemiantes (remédio para diabetes) e insulina que não devem ser administrados.
3- Medicações anticoagulantes (AAS, Aspirina, Bufferin, Ticlid, Ginko Biloba, etc) deverão ser suspensas dez dias antes e uma semana após a cirurgia sob consentimento do seu médico clínico e/ou cardiologista.
4- Evite ainda o uso de qualquer medicação anti-inflamatória (diclofenano, nimesulida, cetoprofeno, dentre outros) por uma semana antes da cirurgia.
5- Evitar o fumo, ao menos, dois dias antes da cirurgia. O cigarro interfere na boa oxigenação dos tecidos e atrapalha a cicatrização.
6- Evitar exposição solar prolongada por pelo menos duas semanas antes da cirurgia.
7- Retirar lentes de contato, jóias, anéis, alianças, brincos, pulseiras, correntes, maquilagem, batom e o esmalte das unhas. Lavar bem a região dos olhos e sobrancelhas no dia da cirurgia.
8- Use roupas folgadas e confortáveis, que sejam fáceis de retirar e evite as que necessitam ser removidas pela cabeça. Evite roupas íntimas de lycra e que contenham algum metal. Não use sapatos com salto.
9- É aconselhável trazer óculos escuros.
10- Manter-se em total jejum conforme orientado pelo médico.
11- Comunique seu médico em casos de gripes, resfriados ou outras indisposições que possam ocorrer até a véspera da cirurgia, pois sua cirurgia poderá ser adiada.
12- Importante trazer um acompanhante, pois o paciente terá alta imediata, e nunca deverá voltar dirigindo.
13- Chegue com calma e antecedência de 20 minutos do seu procedimento para que exista tempo adequado a sua admissão no hospital e cuidados da enfermagem. O horário de sua cirurgia é apenas previsto. O início depende das condições da sala e do material cirúrgico.
14- Não retirar os cílios antes da cirurgia.
Cuidados no Pós-operatório
1- Geralmente não há dor no pós-operatório. Mesmo que ocorra uma sensibilidade maior ou pequenos surtos de dor, estes poderão ser minimizados com uso de analgésicos comuns (Paracetamol 750mg 6/6 hs ou Dipirona 500mg 6/6 hs, dosagem para adultos).
2- Após chegar em casa, fazer compressas frias (gaze mergulhada em soro fisiológico 0,9% gelado) sobre as pálpebras a cada 30 minutos por 72 horas após a cirurgia (não há necessidade de fazer durante o sono) com objetivo de diminuir o edema (inchaço) e proporcionar conforto.
3- Caso ocorra leve sangramento pode ser colocado compressas com gelo sobre as pálpebras. Mesmo assim se persistir o sangramento entre em contato com seu médico.
4- O inchaço das pálpebras varia de paciente para paciente. Os três primeiros dias do pós-operatório são aqueles em que existe o maior edema.
3- Durante as primeiras 48 horas o paciente deverá ficar em repouso (sentado ou deitado com a cabeceira da cama inclinada a 30o). Leitura e assistir televisão são permitidos, podendo alimentar-se normalmente.
4- Após esse período é permitido somente caminhar. Deve-se evitar levantar peso, realizar esforço físico, abaixar a cabeça, coçar o local operado, entrar em contato com poeira, calor e vapores durante o período de sete dias.
5- Dormir sem que as pálpebras entrem em contato com o travesseiro.
6- Ao tomar banho, não permitir que a água do cabelo e shampoo caiam sobre o local operados por uma semana.
7- Aplicar um filete da pomada oftalmológica prescrita duas vezes por dia sobre o local operado.
8- A limpeza das pálpebras deverá ser realizada com soro fisiológico 0,9% (manter o frasco na geladeira).
9- Os pontos serão removidos sete dias após a cirurgia.
10- Geralmente, de sete a dez dias são suficientes para o retorno dos pacientes ao trabalho.
11- As atividades físicas geralmente estão liberadas após 1 mês da cirurgia.
12- Proteger totalmente as pálpebras da luz solar com óculos e/ou chapéu durante o primeiro mês.
Riscos
Inchaço palpebral e hematomas podem aparecer em função do trauma cirúrgico, mas trata-se de um sintoma reversível e temporário. Caso volte a aparecer é possível realizar uma nova cirurgia.
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