Tratamentos

Tumor palpebral

O que é

As pálpebras são os lugares mais comuns para ocorrência de tumores na região do olho e podem ser diagnosticados precocemente através de uma exame oftalmológico detalhado, melhorando muito as chances de cura com tratamento, muitas vezes, simples.

Uma série de tumores benignos e malignos podem afetar esta região. As causas são inúmeras, mas o fator genético e a radiação solar ao longo da vida são os principais fatores de risco. Além disso, alguns fatores alimentares e o cigarro também contribuem para aumentar o risco de desenvolver os tumores de pálpebras.

As lesões palpebrais incluem uma variedade de patologias que podem ser de preocupação estética, causarem danos funcionais ou serem localmente destrutivas ou ameaçadoras à vida. Os tumores palpebrais são divididos em benignos e malignos.

  • Lesões palpebrais benignas: geralmente afetam pacientes jovens, acometem mais as pálpebras superiores quando comparados aos malignos e não interferem com o crescimento normal dos cílios. Pode haver uma história de estabilidade e em alguns casos um crescimento recente. Os tumores palpebrais benignos mais comuns são: papilomas, tumores vasculares, queratose seborréica, nevus e cistos.
  • Lesões palpebrais malignas: sua frequência vem aumentando. Os paciente com tumores malignos geralmente têm mais de 40 anos de idade, a maioria são brancos e tipicamente tem história de exposição solar ao longo a vida.  Os tumores malignos acometem mais as pálpebras inferiores e o canto medial. O tumor palpebral maligno mais comum é o carcinoma basocelular, seguido pelo carcinoma escamoso e posteriormente pelo melanoma, carcinoma sebáceo e linfoma. Os tumores palpebrais malignos podem algumas vezes aparecer clinicamente como benignos. Portanto, todas as lesões palpebrais ficam sob suspeitar até serem removidas e encaminhadas para análise patológica (exame que avalia qual tipo de tumor).

Cirurgia

O tratamento das lesões benignas e das lesões malignas é a remoção cirúrgica. O oftalmologista remove a lesão, de preferência inteira (biópsia excisional) ou apenas parte dela para obter o diagnóstico (biópsia incisional) antes de sua remoção por completo. Lesões malignas devem ser ressecadas com margem de segurança e por isso hoje utilizamos um exame realizado durante o ato cirúrgico chamado de biópsia de congelação. Este exame feito quando solicitado previamente pelo cirurgião avalia se a lesão foi removida por completo e garante que não restam fragmentos do tumor maligno nas margens do tecido retirado.

O tumor retirado para biópsia de congelação é enviado para avaliação do médico patologista durante a cirurgia, que determina o tipo de tumor e se foi removido completamente antes do médico oftalmologista especialista em plástica ocular reconstruir a área removida e terminar a cirurgia.

Diversas técnicas cirúrgicas podem ser utilizadas para reconstruir a pálpebra depois da remoção do tumor, geralmente resultando em bom resultado funcional e estético para o paciente. Em raros casos pode ser necessário complementar o tratamento com aplicação de radioterapia externa.

Cuidados no Pré-operatório

Ressaltamos e asseguramos que o conforto do paciente é nossa busca constante. Por isso usaremos todos os recursos para que nossos pacientes sejam bem tratados durante todo procedimento, que não sintam dor e dessa forma sintam-se em segurança. Para auxiliar nesta preparação propomos algumas recomendações pré-operatórias:

1- Os exames pré-operatórios quase sempre são realizados antes de uma cirurgia eletiva, porém, variam de acordo com a cirurgia e de acordo com quadro clínico de cada paciente. É imprescindível trazer os exames no dia da cirurgia, pois a segurança do médico e do paciente é uma das prioridades em nossas cirurgias.

2- Informe seu médico sobre qualquer doença pré-existente, alergias e qualquer uso regular de medicações ou outras substâncias. Os medicamentos de uso contínuo devem ser tomados normalmente, principalmente os para pressão arterial e o do coração. As exceções são os hipoglicemiantes (remédio para diabetes) e insulina que não devem ser administrados.

3- Medicações anticoagulantes (AAS, Aspirina, Bufferin, Ticlid, Ginko Biloba, etc) deverão ser suspensas dez dias antes e uma semana após a cirurgia sob consentimento do seu médico clínico e/ou cardiologista.

4- Evite ainda o uso de qualquer medicação anti-inflamatória (diclofenano, nimesulida, cetoprofeno, dentre outros) por uma semana antes da cirurgia.

5- Evitar o fumo, ao menos, dois dias antes da cirurgia. O cigarro interfere na boa oxigenação dos tecidos e atrapalha a cicatrização.

6- Evitar exposição solar prolongada por pelo menos duas semanas antes da cirurgia.

7- Retirar lentes de contato, jóias, anéis, alianças, brincos, pulseiras, correntes, maquilagem, batom e o esmalte das unhas. Lavar bem a região dos olhos e sobrancelhas no dia da cirurgia.

8- Use roupas folgadas e confortáveis, que sejam fáceis de retirar e evite as que necessitam ser removidas pela cabeça. Evite roupas íntimas de lycra e que contenham algum metal. Não use sapatos com salto.

9- É aconselhável trazer óculos escuros.

10- Manter-se em total jejum conforme orientado pelo médico.

11- Comunique seu médico em casos de gripes, resfriados ou outras indisposições que possam ocorrer até a véspera da cirurgia, pois sua cirurgia poderá ser adiada.

12- Importante trazer um acompanhante, pois o paciente terá alta imediata, e nunca deverá voltar dirigindo.

13- Chegue com calma e antecedência de 20 minutos do seu procedimento para que exista tempo adequado a sua admissão no hospital e cuidados da enfermagem. O horário de sua cirurgia é apenas previsto. O início depende das condições da sala e do material cirúrgico.

Cuidados no Pós-operatório

1- Geralmente não há dor no pós-operatório. Mesmo que ocorra uma sensibilidade maior ou pequenos surtos de dor, estes poderão ser minimizados com uso de analgésicos comuns (Paracetamol 750mg 6/6 hs ou Dipirona 500mg 6/6 hs, dosagem para adultos).

2- Após chegar em casa, fazer compressas frias (gaze mergulhada em soro fisiológico 0,9% gelado) sobre as pálpebras a cada 30 minutos por 72 horas após a cirurgia (não há necessidade de fazer durante o sono) com objetivo de diminuir o edema (inchaço) e proporcionar conforto.

3- Caso ocorra leve sangramento pode ser colocado compressas com gelo sobre as pálpebras. Mesmo assim se persistir o sangramento entre em contato com seu médico. Nos casos em que foi realizado enxertos NÃO deve fazer compressas frias, apenas se o médico orientar.

4- O inchaço das pálpebras varia de paciente para paciente. Os três primeiros dias do pós-operatório são aqueles em que existe o maior edema.

3- Durante as primeiras 48 horas o paciente deverá ficar em repouso (sentado ou deitado com a cabeceira da cama inclinada a 30o). Leitura e assistir televisão são permitidos, podendo alimentar-se normalmente.

4- Após esse período é permitido somente caminhar. Deve-se evitar levantar peso, realizar esforço físico, abaixar a cabeça, coçar o local operado, entrar em contato com poeira, calor e vapores durante o período de sete dias.

5- Dormir sem que as pálpebras entrem em contato com o travesseiro.

6- Ao tomar banho, não permitir que a água do cabelo e shampoo caiam sobre o local operados por uma semana.

7- Aplicar um filete da pomada oftalmológica prescrita duas vezes por dia sobre o local operado.

8- A limpeza das pálpebras deverá ser realizada com soro fisiológico 0,9% (manter o frasco na geladeira).

9- Os pontos serão removidos sete dias após a cirurgia.

10- Geralmente, de sete a dez dias são suficientes para o retorno dos pacientes ao trabalho.

11- As atividades físicas geralmente estão liberadas após 1 mês da cirurgia.

12- Proteger totalmente as pálpebras da luz solar com óculos e/ou chapéu durante o primeiro mês.

Riscos

Sangramento e dificuldade passageira para fechar os olhos estão entre as possíveis complicações após a cirurgia. Inchaço palpebral e hematomas podem aparecer em função do trauma cirúrgico, mas tratam-se de sintomas reversíveis e temporários. Cicatrizes hipertróficas e infecções, apesar de serem raras, podem ocorrer no pós-operatório.Caso volte a aparecer é possível realizar uma nova cirurgia.

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