Tratamentos

Glaucoma

O que é glaucoma?

É uma doença que danifica as fibras nervosas da retina e o nervo óptico do olho. O glaucoma é causado principalmente pelo aumento da pressão dentro do olho (intraocular). O nervo óptico conecta a retina – camada de tecido sensível à luz que reveste o fundo do olho – sendo composto de inúmeras fibras nervosas, como um enorme emaranhado de fios.

O nervo óptico é responsável por captar e enviar ao cérebro os sinais detectados pela retina. Esses sinais são captados e interpretados como as imagens que vemos. Havendo aumento da pressão intraocular, o nervo óptico é comprimido, prejudicando o funcionamento natural dos olhos. Essas pressões intraoculares causam lesões no nervo óptico, podendo levar à cegueira em casos avançados e não tratados.

Em olhos saudáveis, um líquido chamado humor aquoso, um líquido incolor constituído por água (98%) e sais dissolvidos (2%), que preenche as câmaras oculares (cavidade do olho, entre a córnea e o cristalino) que circula dentro da parte frontal do olho. Para manter uma pressão constante, olhos saudáveis produzem continuamente uma pequena quantidade de humor aquoso. Os canais que drenam o humor aquoso estão em uma área chamada de ângulo da câmara anterior do olho.

A pessoa que desenvolve o glaucoma tem a função do humor aquoso desregulada, ou seja, o líquido produzido não flui para fora do olho corretamente. Essa deficiência faz com que a pressão do líquido restante no olho aumente, acarretando em danos nas fibras do nervo óptico, podendo levar à cegueira.

O glaucoma progride lentamente, levando à perda da visão de forma gradual. Por isso, os exames preventivos realizados por profissionais capacitados são indispensáveis para assegurar a plena saúde dos olhos.

Existe mais de um tipo de glaucoma?

Existem vários tipos de glaucoma. O mais comum é o glaucoma primário de ângulo aberto, também conhecido como glaucoma crônico simples. No glaucoma de ângulo aberto os canais no ângulo estreitam gradualmente com o tempo, dificultando a drenagem adequada do líquido. O acúmulo do líquido causa a elevação da pressão intraocular. No Brasil, esse tipo de glaucoma representa 80% dos casos.

É importante frisar que o glaucoma é uma doença assintomática, ou seja, uma doença silenciosa que não se revela. Normalmente o glaucoma de ângulo aberto não apresenta sintomas em seus estágios iniciais e a visão permanece normal. À medida que a lesão do nervo óptico aumenta, o campo de visão começa a estreitar.

O glaucoma de ângulo aberto tende a ser hereditário. Seu risco é mais alto se o indivíduo tem pais ou avós com esse tipo de glaucoma.  Além do glaucoma de ângulo aberto, outros tipos de glaucoma são:

Glaucoma de pressão normal

A pressão ocular é medida em milímetros de mercúrio (mm Hg), mesma unidade de medida utilizada pelos barômetros para detectar a pressão na atmosfera. Em olhos saudáveis, a pressão interna do globo ocular fica abaixo de 21 mm Hg. Pessoas com glaucoma de pressão normal, também chamado de glaucoma de baixa pressão, é uma variante do glaucoma primário de ângulo aberto e tipicamente recebem os mesmos métodos de tratamento utilizados para o glaucoma de ângulo aberto. É, predominantemente, uma doença dos idosos, mais comum em mulheres e caracterizado por pressão intra-ocular média igual ou menor que 21 mmHg, dano do disco óptico e perda do campo visual e ausência de causas secundárias para lesão do nervo óptico.

Glaucoma primário de ângulo fechado

O glaucoma de ângulo fechado, também conhecido como de ângulo estreito, é uma variedade menos comum da doença ocular. O diagnóstico de glaucoma primário de ângulo fechado tem várias fases. Pode ser classificado por seu tempo de aparecimento:

  1. Agudo: com aumento súbito da pressão intraocular. Esse tipo de glaucoma ocorre quando o ângulo de drenagem do olho está completamente obstruído. Diferentemente do glaucoma de ângulo aberto, a pressão intraocular aumenta rapidamente. A pressão sobe à medida que a íris (parte colorida do olho) bloqueia o ângulo de drenagem, sendo parcial ou total. Pessoas de ascendência asiática e aquelas com hipermetropia tendem a ser o grupo de maior risco de desenvolver este tipo de glaucoma, que ocorre quando o olho é um pouco menor que o normal. Quando o ângulo de drenagem está completamente obstruído, a pressão do olho aumenta rapidamente e produz um crise de glaucoma de ângulo fechado. Normalmente esses ataques são rápidos. Fortes dores nos olhos ou na testa, vermelhidão dos olhos, vômitos, náuseas, visão de halos ou arco-íris, diminuição da visão ou visão turva são alguns sintomas da crise de glaucoma fechado. Um ataque de glaucoma de ângulo fechado é uma emergência médica e deve ser tratada imediatamente. Infelizmente, as pessoas em risco de glaucoma de ângulo fechado têm poucos ou nenhum sintoma antes de um ataque;
  1. Subagudo: caracterizado por episódios transitórios de aumento da pressão intraocular por fechamento temporário da drenagem do humor aquoso;
  2. Crônico: formação de sinéquias periféricas anteriores (aderências nos canais que drenam o humor aquoso) que impossibilitam a saída do humor aquoso.

Glaucoma congênito

O glaucoma congênito é um tipo raro de glaucoma que se desenvolve em lactantes e crianças jovens, podendo ser hereditário. Essa variedade do glaucoma, que está presente nos recém-nascidos, é resultado do desenvolvimento anormal do líquido que flui para fora dos canais lacrimais. A intervenção cirúrgica se faz necessária para a correção.

Alguns sintomas desse glaucoma são percebidos pelo lacrimejamento, sensibilidade à luz, vermelhidão dos olhos, aumento de um ou ambos os olhos e embaçamento na frente do olho.

Glaucoma secundário

Os glaucomas secundários são aqueles resultantes do aumento da produção ou dificuldade de escoamento do humor aquoso decorrentes de doenças oculares ou sistêmicas. Por exemplo, uma lesão no olho tratada em longo prazo a base de colírios com esteróides (corticóides) ou de um tumor ocular. Doenças dos olhos como uveíte (processo inflamatório no olho), doenças sistêmicas e drogas como corticóides contribuem para o aparecimento do glaucoma. O glaucoma secundário também pode ocorrer quando há uma complicação de várias condições médicas, como cirurgia ocular, catarata avançada, lesões oculares, pessoas que sofrem de doenças como diabetes, entre outras.

Sintomas do glaucoma

O glaucoma é uma das doenças dos olhos muito frequente na sociedade. É uma doença assintomática, no qual o paciente não apresenta sinais claros da doença ou infecção, dessa forma ela progride de forma silenciosa. No entanto, pode apresentar sintomas como borramento temporário da visão, percepção de halos coloridos ao redor de luzes e fisgada no olho associada a olho vermelho.

O glaucoma pode ou não ter sintomas distintos, mas a perda da visão, principalmente do campo visual,  é fator recorrente quando a doença demora a ser detectada e não é tratada. A perda da visão fruto do glaucoma ocorre em fases mais avançadas e atinge primeiramente a visão periférica. Aos poucos, o campo visual se estreita até se transformar em uma visão tubular. No começo a perda é sutil, e pode não ser percebida pelo paciente. Perdas moderadas a severas podem ser detectadas por meio de exames específicos.

O glaucoma ocorre principalmente a partir dos 40 anos, mas pode ser diagnosticado em pessoas de qualquer idade. Alguns fatores de risco estão associados a lesões oculares por trauma, histórico familiar da doença, idade avançada, pertencer à raça negra e miopia. Dores fortes nos olhos, dor na face, visão turva, vermelhidão nos olhos, insensibilidade da pupila à luz, náusea e vômito (principalmente nos idosos) são sintomas associados ao glaucoma agudo de angulo fechado. Uma pessoa com hipertensão ocular é considerada um paciente de risco, uma vez que pode desenvolver glaucoma no futuro. Os pacientes com hipertensão ocular, assim como os com glaucoma, devem ser avaliados constantemente por um oftalmologista para preservar a saúde dos olhos.

Na Focus Medicina dos Olhos, os oftalmologistas através de exames específicos e a aferição da pressão intra-ocular são capazes de estabelecer a pressão ideal que o olho necessita para evitar quaisquer danos ao nervo óptico e perda da visão.

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