Tratamentos

Pterígio

O que é o pterígio?

É uma pequena membrana avermelhada (fibro-vascular) que cresce sobre a córnea (parte anterior transparente do olho). Popularmente conhecida como “carne no olho”. O pterígio geralmente invade a córnea por seu lado nasal (lado mais próximos do nariz), mas também pode surgir do lado temporal (lado mais próximos da orelha) ou em outras localizações.

A córnea é uma membrana transparente localizada na superfície do globo ocular e não apresenta vasos sanguíneos nem opacidades, o que possibilita a passagem da luz através dela. Já no caso do pterígio a membrana que alastra-se para a córnea apresenta vasos sanguíneos e tecido fibroso, podendo dificultar assim a visão por tornar a córnea opaca (leucoma) e causar a distorção da curvatura desta (astigmatismo).

Causas

Sua causa não foi completamente elucidada, mas é sabido que fatores genéticos, juntamente com fatores ambientais podem favorecer o surgimento do pterígio. Dentre os fatores ambientais encontra-se a exposição ao sol, poeira e vento. Os raios ultravioletas (UVA e UVB) e a irritação crônica do olho aparentemente exercem um importante papel na etiologia do pterígio. Tem sua maior incidência em regiões tropicais, onde o clima é mais seco e quente.

Sintomas

Com bastante frequência provoca irritação, hiperemia ocular (olhos vermelhos), lacrimejamento, ardência, prurido (coceira), sensação de areia nos olhos, além de muita sensibilidade à luminosidade.

Como progride o pterígio?

O pterígio costuma progredir lentamente, ao longo de meses e anos, até acometer a superfície corneana. Certas vezes, a progressão pode ser mais rápida, comprometendo a visão e levando desconforto ao paciente. Em outros casos, o pterígio estabiliza-se depois de desenvolver-se por um certo período, podendo manter inalterado por muito tempo.

Tratamento

No início, o tratamento pode ser clínico. É importante um acompanhamento oftalmológico para se fazer a proteção adequada dos olhos, como uso de óculos escuros e/ou lágrimas artificiais para evitar o ressecamento. Quando o pterígio apresenta aspecto avermelhado e irritado, é possível utilizar colírios e pomadas oftalmológicas específicas para reduzir a inflamação. Porém, o uso de colírios não é capaz de produzir uma regressão do pterígio. O único tratamento comprovadamente eficaz é a remoção cirúrgica.

Existem casos em que a cirurgia é indicada com o objetivo de que o pterígio não alcance a pupila ou deixe manchas de difícil remoção na córnea (leucoma), além de poder diminuir a visão ou se tornar antiestético. No entanto, mesmo com uma cirurgia bem executada, o pterígio pode ocorrer novamente.

Existem diversas técnicas cirúrgicos disponíveis para tratar o pterígio. A técnica mais recomendada consiste em retirar a lesão (pterígio e tecido fibroso adjacente) e realizar um transplante de conjuntiva. O transplante de conjuntiva visa cobrir o local da lesão, diminuindo o risco de retorno do pterígio. Os casos mais avançadas, ou já operados anteriormente, apresentam maior risco de recorrência. Por esse motivo, em alguns casos, a opção é por realizar uma cirurgia mais complexa, envolvendo outros recursos, além do transplante de conjuntiva. Um destes recursos consiste no uso de medicações anti-mitóticas durante a cirurgia, como a mitomicina C. Essa medicação inibe a proliferação dos fibroblastos e de outras células, diminuendo assim, a recorrência do pterígio.

Normalmente, não há necessidade do pacientes ficar internado após a cirurgia. O pacientes retorna para casa após o procedimento.

Cuidados no Pré-operatório

Ressaltamos e asseguramos que o conforto do paciente é nossa busca constante. Por isso usaremos todos os recursos para que nossos pacientes sejam bem tratados durante todo procedimento, que não sintam dor e dessa forma sintam-se em segurança. Para auxiliar nesta preparação propomos algumas recomendações pré-operatórias:

1- Os exames pré-operatórios quase sempre são realizados antes de uma cirurgia eletiva, porém, variam de acordo com a cirurgia e de acordo com quadro clínico de cada paciente. É imprescindível trazer os exames no dia da cirurgia, pois a segurança do médico e do paciente é uma das prioridades em nossas cirurgias.

2- Informe seu médico sobre qualquer doença pré-existente, alergias e qualquer uso regular de medicações ou outras substâncias. Os medicamentos de uso contínuo devem ser tomados normalmente, principalmente os para pressão arterial e o do coração. As exceções são os hipoglicemiantes (remédio para diabetes) e insulina que não devem ser administrados.

3- Medicações anticoagulantes (AAS, Aspirina, Bufferin, Ticlid, Ginko Biloba, etc) deverão ser suspensas dez dias antes e uma semana após a cirurgia sob consentimento do seu médico clínico e/ou cardiologista.

4- Evite ainda o uso de qualquer medicação anti-inflamatória (diclofenano, nimesulida, cetoprofeno, dentre outros) por uma semana antes da cirurgia.

5- Evitar o fumo, ao menos, dois dias antes da cirurgia. O cigarro interfere na boa oxigenação dos tecidos e atrapalha a cicatrização.

6- Evitar exposição solar prolongada por pelo menos duas semanas antes da cirurgia.

7- Retirar lentes de contato, jóias, anéis, alianças, brincos, pulseiras, correntes, maquilagem, batom e o esmalte das unhas. Lavar bem a região dos olhos e sobrancelhas no dia da cirurgia.

8- Use roupas folgadas e confortáveis, que sejam fáceis de retirar e evite as que necessitam ser removidas pela cabeça. Evite roupas íntimas de lycra e que contenham algum metal. Não use sapatos com salto.

9- É aconselhável trazer óculos escuros.

10- Manter-se em total jejum conforme orientado pelo médico.

11- Comunique seu médico em casos de gripes, resfriados ou outras indisposições que possam ocorrer até a véspera da cirurgia, pois sua cirurgia poderá ser adiada.

12- Importante trazer um acompanhante, pois o paciente terá alta imediata, e nunca deverá voltar dirigindo.

13- Chegue com calma e antecedência de 20 minutos do seu procedimento para que exista tempo adequado a sua admissão no hospital e cuidados da enfermagem. O horário de sua cirurgia é apenas previsto. O início depende das condições da sala e do material cirúrgico.

Cuidados no Pós-operatório

1- Geralmente não há dor no pós-operatório. Mesmo que ocorra uma sensibilidade maior ou pequenos surtos de dor, estes poderão ser minimizados com uso de analgésicos comuns (Paracetamol 750mg 6/6 hs ou Dipirona 500mg 6/6 hs, dosagem para adultos).

2- Após chegar em casa, retirar o curativo oclusivo e fazer compressas frias (gaze mergulhada em soro fisiológico 0,9% gelado) sobre as pálpebras a cada 30 minutos por 72 horas após a cirurgia (não há necessidade de fazer durante o sono) com objetivo de diminuir a dor e proporcionar conforto.

3- Caso ocorra leve sangramento pode ser colocado compressas com gelo sobre as pálpebras. Um pouco de sangramento é normal no primeiro dia do pós-operatório.

4- Durante as primeiras 48 horas o paciente deverá ficar em repouso (sentado ou deitado com a cabeceira da cama inclinada a 30o) e se possível em um ambiente sem muita luminosidade em razão do desconforto ocular.

5- Dormir sem que as pálpebras entrem em contato com o travesseiro.

6- Ao tomar banho, não permitir que a água do cabelo e shampoo caiam sobre o local operados por uma semana.

7- Aplicar um filete da pomada oftalmológica prescrita duas vezes por dia sobre o local operado.

8- A limpeza das pálpebras deverá ser realizada com soro fisiológico 0,9% (manter o frasco na geladeira).

9- Os pontos serão removidos sete dias após a cirurgia.

10- Geralmente é colocado uma lente de contato terapêutica no olho operado com objetivo de diminuir o desconforto ocular no pós-operatório. Esta lente é retirada normalmente durante a primeira semana.

11- Geralmente, de sete a dez dias são suficientes para o retorno dos pacientes ao trabalho.

12- As atividades físicas geralmente estão liberadas após 1 mês da cirurgia.

13- Proteger totalmente as pálpebras da luz solar com óculos e/ou chapéu durante o primeiro mês.

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